O CONTRIBUTO DO PROJETO ALMADA NA INTERVENÇÃO DE RESTAURO DA GARE MARITIMA DA ROCHA DO CONDE DE ÓBIDOS

No passado dia 22 de Novembro, realizou-se a primeira reunião de obra da intervenção de restauro promovida pela WMF nas pinturas murais da Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos em Lisboa. Nesta ocasião, a equipa do projeto ALMADA teve a oportunidade de esclarecer duvidas existentes sobre a técnica, materiais e formas de degradação dos materiais presentes nas pinturas, cumprindo assim um dos objetivos do projeto ALMADA. Para além dos elementos da investigação partilhados, houve a possibilidade de subir aos andaimes com alguns dos membros da equipa da Nova Conservação, Lda e mostrar in loco alguns aspectos referidos nos documentos cedidos, entre os quais a questão da profusão de áreas brilhantes e mates nas pinturas e a localização das áreas de testes de adesivos, realizados em 1971 pelos técnicos do então Instituto José de Figueiredo.

Aproveitou-se também este momento para trocarmos algumas ideias sobre a metodologia de tratamento a adotar nas áreas em destacamento, tendo sido consensual que, em face das análises apresentadas, será prudente tentar aproveitar algum dos adesivos já presentes para fixar novamente as escamas, eliminando de seguida o quanto possível o excesso existente na superfície. Isto porque nunca se conseguirá remover de forma integral os adesivos já colocados em intervenções anteriores e, desta forma, evita-se ao máximo a adição de novos produtos nas camadas cromáticas deterioradas. Pelo menos experimentar para ver se é possível e a partir daí tomar decisões.

Este foi o inicio de um diálogo que se pretende manter ativo durante os próximos 18 meses para o conhecimento e salvaguarda deste legado artístico.

Legenda: equipa de conservação e restauro e do projeto ALMADA junto às pinturas murais de Almada. Da esquerda para a direita: Inês Cardoso, Maria João Revez, José Carlos Frade, Giuseppe Agulli e Milene Gil. Projeto Almada2023.