A encomenda no contexto da obra de Almada Negreiros

Embora a partir da constituição do regime do Estado Novo (1933) os artistas modernistas tenham sido convocados pelo Estado para trabalhar em diversas encomendas artísticas, a encomenda não surgiu só nessa altura. Nesta breve apresentação procurar-se-á mostrar o trabalho de Almada Negreiros fruto de encomenda, confrontando trabalho antes do Estado Novo e depois do Estado Novo, bem como encomenda pública e encomenda privada. Analisar-se-á os constrangimentos da produção artística e as possibilidades de prossecução do projecto modernista do artista nesse contexto.

Since the establishment of the Estado Novo dictatorship (1933), modernist artists were summoned by the State to work on various artistic commissions; however, commissions did not arise only at that time. In this brief presentation, I will comment on Almada Negreiros’ commissions, comparing work before and after the Estado Novo, as well as public and private commissions, analyzing, in this context, both the constraints of artistic production and the possibilities of pursuing the artist’s modernist project.

Mariana Pinto dos Santos, historiadora da arte e curadora independente, é doutorada em História e Teoria pela Facultat de Belles Arts – Universitat de Barcelona. É investigadora integrada do Instituto de História da Arte, NOVA FCSH, onde coordena o Grupo Teoria da Arte, Historiografia e Crítica. Co-editora da Obra Literária de Almada Negreiros. Foi curadora, entre outras, da exposição José de Almada Negreiros: uma maneira de ser moderno, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (2017). É co-responsável pelo projecto de investigação Iberian Modernisms and the Primitivist Imaginary ((2018-22) (PTDC/ART-HIS/29837/2017). É editora nas Edições do Saguão.